“Marido e Mulher”, na Toponímia do mesmo Município.

 

Alda Lara e Orlando de Albuquerque, ambos Médicos, que se distinguiram no campo da Poesia “Mulher e Marido”, na Toponímia do Município do Seixal.

 

alda-laraALDA Ferreira Pires Barreto de LARA, Poetisa e Médica, nasceu em Benguela (Angola), a 09-06-1930, e faleceu em Cambambde (Angola), a 30-01-1962. Fez os estudos primários e liceais em Angola e formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra. Durante a sua estada em Coimbra (1948-1952), juntamente com outros estudantes de Angola e Moçambique, nomeadamente Orlando de Albuquerque, com que viria a casa, desenvolveu importante divulgação dos poetas e prosadores africanos então a estudar em Portugal, inclusivamente através da tentativa de criar uma editora para esse efeito. Aliás, juntamente com Victor Evaristo e Orlando de Albuquerque, ajudou a editar os contos do moçambicano João Dias sob a efémera chancela de “Africana Nova”. Depois de ter completado o curso, foi para Angola, tendo-se dedicado ali ao planeamento da assistência médica, trabalho de que são reflexo os seus escritos para jornais e revistas médicas de Coimbra e de Lisboa e o ensaio Deficiências Psíquicas Provocadas por Carência de Cuidados Familiares (1961). Morreu em serviço em Cambambe, em 1962. Parece ter feito a sua estreia literária em 1949, com a publicação de um poema na revista Ciência, dos estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa. Publicou depois contos e poemas nos jornais e revistas Jornal de Angola, Mensagem e ABC, de Luanda, Notícias de Imbondeiro, de Sá da Bandeira, Itinerário e Guardian, de Lourenço Marques, e Jornal de Benguela. Foi incluída em numerosas antologias de literatura africana, nomeadamente: Antologia de Poesias Angolanas, de Maria da Conceição Nobre (Nova Lisboa, 1957); Poetas Angolanos, da Casa dos Estudantes do Império (Lisboa, 1959 e 1962); Mákua, Volumes I e II, de Leonel Cosme (Sá da Bandeira, 1963); Poetas e Contistas Africanos de Expressão Portuguesa, de João Alves das Neves (São Paulo, 1963). Por iniciativa de seu marido, o escritor Orlando de Albuquerque, a obra de Alda Lara foi editada postumamente: Poemas, 1966, e Tempo de Chuva (contos), 1966. Em 1979, a União de Escritores Angolanos editou uma selecção de doze dos seus poemas na colecção “Lavra & Oficina”, com o título de Poemas de Alda Lara.

Obras principais: Poemas (1966); Tempo de Chuva (1966); Poemas de Alda Lara (1979).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Seixal (Freguesias de Corroios e Fernão Ferro).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume V, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Publicações Europa América, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de Julho de 2000, Pág. 744 e 745)

 

 

orlando-albuquerqueORLANDO DE ALBUQUERQUE Ferreira, Poeta e Médico, nasceu em Lourenço Marques (Moçambique), em 1925, e faleceu em Braga, em 1997. Fez os estudos Liceais, em Lourenço Marques e formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra. Orlando de Albuquerque foi casado com a Poetisa Alda Lara.

Durante os estudos universitários esteve ligado às actividades culturais da Casa dos Estudantes do Império e foi um dos principais dinamizadores do chamado Grupo Moçambicano de Coimbra, de que faziam parte João Dias, Fernando Bettencourt e Vítor Evaristo, que ali desenvolveu larga actividade, nomeadamente promovendo o aparecimento, em edições de autor, da colecção literária africana “Cadernos do Sul” e idealizando a Editora Estante Moçambicana, que se deveria estrear com uma colectânea de contos de João Dias mas que foi, no dizer do próprio Orlando de Albuquerque, “um dos sonhos desfeitos dos jovens moçambicanos da metrópole nesse tempo”.

Orlando de Albuquerque estreou-se em 1947, em Coimbra, com o livro de poemas Batuque Negro, que foi proibido pela censura já depois de impresso. Em 1950, com Lúcio Lara e Agostinho Neto, edita e dirige os cadernos “Momento: Antologia de Literatura e Arte”, de que só sairão dois fascículos. Em 1951, com Vítor Evaristo, organiza a Antologia Poetas em Moçambique, a primeira do género em Portugal e que foi editada pela Casa dos Estudantes do Império. Em 1952, com Vítor Evaristo e Alda Lara, edita sob o título de Godido e Outros Contos os contos que João Dias escrevera para o livro a publicar pela malograda Estante Moçambicana, livro que o autor não terminara por, entretanto, ter morrido tuberculoso. Em 1975 vem para Portugal, fixando-se em Braga, onde continuou a exercer medicina e onde publicou mais alguns contos. Nos últimos anos de vida, dedicou-se ao estudo da parapsicologia, no âmbito do Centro Lusitano de Parapsicologia daquela cidade. Orlando de Albuquerque, que está representado em várias antologias de poesia e de conto africano de expressão portuguesa, colaborou em numerosos jornais e revistas, nomeadamente; Momento, Coimbra; Itinerário, Lourenço Marques; suplementos de artes e letras dos jornais Província de Angola, de Luanda, e O Lobito, Boletim Cultural do Huambo, Sá da Bandeira, Mensagem, Lisboa; e Vértice, Coimbra.

Obras principais: Poesia – Batuque Negro, 1947; Estrela Perdida (à memória de João Dias), 1950; Cobra Verde, 1950; Estrela Perdida e Outros Poemas, 1962; Cidade do Índico, 1962, Sobre o Vento Noroeste, 1964; Quinze Poemas para os Amigos e Um Epílogo, 1997; Ficção: – O Homem Que Tinha a Chuva, (romance, 1968); De Manhã Cai o Cacimbo, (contos, 1969); Um Grande Negócio, (conto, 1972); Uma História de Natal, (conto, 1973); Cariango, (romance, 1976); História do Menino Que Não Soube se o Natal Tinha Acabado, (conto, 1976); Histórias do Diabo, (contos, 1979); Crónica dos Dias da Vergonha, (contos, 1996); História de Um Homem Que se Chamava Adalberto, (1995); Maxaquene, (contos, 1996): Teatro – Ovimbanda, (1967); O Grande Capitão, (1967); Auto de Natal, (1972); O Filho de Zambi, (1974); Herodes e o Menino: Mistério em 3 Quadros e Um Presépio, (1974): Ensaio – Alda Lara, a Mulher e a Poetisa, (1966); Crioulo e Mulatismo, (1975); Breve Introdução à Parapsicologia, (1996); O Feitiço, Sua Génese e Explicação, (1997), etc.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Seixal (Freguesia da Amora).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume V, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Publicações Europa América, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de Julho de 2000, Pág. 383, 384 e 385)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 21).

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