Tertuliano Marques, o Arquitecto autor de obras como o Edifício onde está o MUDE, ou da reconstrução do Teatro de São Luiz, vencedor do Prémio Valmor de 1921, é completamente desconhecido do grande público.

MUDETERTULIANO de Lacerda MARQUES, Arquitecto e Pintor, nasceu em Lisboa, a 30-10-1882, e faleceu, trucidado pelo comboio, em São João do Estoril (Cascais), a 12-05-1942. Arquitecto, Procurador à Câmara Corporativa em 1935 e 1936 na 16ª Secção (Ciências, Letras e Artes), como representante do Sindicato Nacional dos Arquitectos.

Aluno laureado da Escola Superior de Belas Artes, encetou a sua carreira sob a influência do revivalismo arquitectónico, presente no jazigo neogótico de Elísio de Moura na Figueira da Foz, em 1909, e na decoração ao estilo Luís XVI no interior do Chiado Terrasse, em 1911. Isso não o impediu, contudo, de se interessar pela arte nova, como ficara demonstrado num quarto de dormir apresentado na Sociedade Nacional de Belas-Artes em 1905.

Foi autor de edifícios magníficos, como dos Bancos Ultramarino, (onde está a gora o MUDE); Banco Pinto & Sotto Mayor, do Palácio da Cova da Moura (Prémio Valor de 1921); Casa S. Cristóvão, de Alfredo da Silva, no Monte Estoril; reconstrução do Teatro São Luiz, depois do incêndio de 1915; reconstrução da Igreja de Santo António, no Estoril, depois do incêndio de 1927.

Em 1917 obteve uma menção honrosa com o seu projecto para a Câmara Municipal de Guimarães. O palacete do financeiro João Ulrich na Cova da Moura, de inspiração barroca, valeu.lhe o Prémio Valmor de 1921.

Foi encarregado de escolher o terreno para o Pavilhão de Portugal na Exposição Pan-Americana de Sevilha.

Projectou com o filho, Vasco Pereira de Lacerda Marques, o edifício do Rádio Clube Português (1934). Pouco antes de falecer expôs alguns trabalhos de pintura no «Salão Primavera».

Procurador à Câmara Corporativa, fez parte da secção de Ciências, Letras e Artes, tendo sido encarregado, como delegado do Governo, de escolher o terreno para o Pavilhão de Portugal na Exposição Pan-Americana, em Sevilha.

Como aguarelista, apresentou em diversas exposições obras acima da craveira, de grande fôlego e originalidade, reveladores da sua excepcional inspiração artística.

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 16, Pág. 402)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 66).

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