Recordamos hoje a Fadista Maria do Carmo (Alta), no di em que passa mais um aniversário do seu nascimento.

 

maria do carmo (alta)MARIA DO CARMO Fontes Páscoa Bernardo (ALTA), Fadista, nasceu em Moura, a 11-01-1895, e faleceu em Lisboa, em 1964. Uma das primeiras fadistas no início do  Século XIX que cantaram nos retiros fora de portas, tinha 11 anos quando iniciou a ronda desses locais tão típicos, em que encantou com a sua bela voz, ardente e melodiosa, os respectivos frequentadores, tornando-se uma das cantadeiras mais queridas entre tantas de conhecido valor.

Filha de agricultores, veio para Lisboa com três anos de idade, empregando-se mais tarde como aprendiza de costureira de camisas na casa Ramiro Leão, onde adquiriu a prática que lhe permitiria montar o seu próprio atelier na Rua da Prata, nº 165-2º, em Lisboa, pelo que fez a sua carreira de fadista sem abandonar a profissão básica.

Teófilo Braga, que habitava na residência  frente à sua, estimulou-a a cantar canções populares. Acompanhando-se, por vezes, à guitarra, que aprendera a tocar muito nova com um tio, teve também por acompanhadores o Guitarrista Júlio Ferreira e o Violista António Sobral, e além das suas actuações nos retiros  (num dos quais, o Ferro de Engomar, esteve associada com Carlos da Maia a partir de 1928) exibiu-se por todo o País e em festas de aristocracia e de beneficência.

Desempenhou um papel na opereta Mouraria por ocasião de uma festa em que foi homenageada no Coliseu dos Recreios, revelando apreciáveis qualidades como Actriz. Maria do Carmo (Alta), como era conhecida devido à sua estatura, participou ainda em espectáculos em Espanha. No Brasil, aonde se deslocou em 1920 (permaneceu lá cerca de dois anos), em 1926 e em 1934, neste último ano integrou um conjunto de Artistas Portugueses de que também faziam parte Maria do Carmo Torres, Filipe Pinto, Joaquim Pimentel, Branca Saldanha, Alberto Reis, Armandinho, Santos Moreira e a dupla de baile Salvador e Lina. Dos fados do seu repertório, Fado Maria do Carmo, Beijos Venenosos, Os Beijos São Como as Rosas, Esperança, Perdidas, Ais, Saudades, Desgarradas, Fado Resende e Fado dos Passarinhos, etc., destaca-se o fado «É Tão Bom Ser Pequenino», com letra de Linhares Barbosa e música do Fado Corrido.

Fonte: “Museu do Fado”

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 246)

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