Ângela Tamagnini, uma estrangeira na Toponímia de: Tomar.

 

Ângela TamagniniÂNGELA Caetana Maria TAMAGNINI, Benemérita e Filantropa, nasceu em Milão (Itália), a 26-10-1770, e faleceu em Tomar, a 02-07-1827. Filantropa, italiana pelo nascimento e portuguesa pelo casamento. Mulher do Morgado António Florêncio de Abreu e Andrada.

Veio para Portugal em 1783, com o Médico Inácio Francisco Tamagnini, seu tio. Casou em 1795 e enviuvou em 1806.

Vivia na então na Vila de Tomar, quando ocorreu a revolta dos Portugueses contra os exércitos de Junot, que ocupavam Portugal, em nome de Napoleão I, Imperador dos Franceses.

Para reprimir a referida rebelião, avançava contra Tomar um corpo de tropas, comandado por Margaron, contra as quais seriam inúteis os esforços dos heroicos portugueses que defendiam Tomar. Foi nessa emergência, e para evitar o saque e outras atrocidades do impiedosso inimigo, que foi escolhida, como medianeira, esta bonsosa viúva, que falava correctamente o francês. Serviu de penhor dos Portugueses, intercedendo no sentido de salvar a vida de alguns patriotas, que os franceses pretendiam matar.

Alguns anos depois, Ângela interessou-se pela vacina antivariólica, inventada pelo Dr. Jenner, mandando vir o necessário para a sua preparação e aplicação em Portugal, o que tudo ofereceu à Academia Real das Ciências, encarregada do assunto.

Não contente com isso, criou, em Tomar, um posto para vacinação dos pobres, cuja vacina ela própria aplicava.

Teve de vencer muitas incompreensões; mas esta filantropa nunca desistiu dos seus benemerentes propósitos. Por isso, a Academia das Ciências nomeou-a, em 1812, correspondente da referida instituição.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tomar.

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 1268).

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