“Carlos Mardel, um estrangeiro na Toponímia Portuguesa”

 

Rua Carlos MardelKároly Mardell, aportuguesado para Carlos Madel, nasceu na Hungria, em 1695 (veio para Portugal em 1733) e faleceu em Lisboa, a 08-09-1763. De nacionalidade húngara, ao que parece, depois de se ter batido nas guerras do Império, da Polónia e da Inglaterra, sendo Capitão chegou a Lisboa em 1733 e por carta de 09-07-1735 foi nomeado Sargento-Mor de Infantaria com o exercício de Engenheiro, por decreto de 05-03-1762 subiu ao posto de Coronel.

Carlos Madel, foi o mais diligente colaborador do Engenheiro-Mor Manuel da Maia, na construção do Aqueduto das Águas Livres e, também com Eugénio dos Santos, na Casa do Risco das Obras Públicas, na reconstrução da cidade de Lisboa, após o terramoto de 1755. A gaiola pombalina é uma técnica de construção anti-sísmica inovadora para a época que também é atribuída a Carlos Mardel, tal como o desenho da Praça do Comércio, de gosto barroco.

Antes do terramoto de 1755 trabalhou sobretudo no Aqueduto das Águas Livres; após o terramoto, com Eugénio dos Santos foram os principais responsáveis pela urbanização e pelos edifícios então construídos. Projectou  o Palácio de Salvaterra, o Convento de São Domingos, o Colégio dos Nobres, o chafariz da Rua Formosa (actual Rua do Século), o chafariz da Rua da Esperança, o Convento de São João Nepomuceno, e a casa de Lázaro Leitão, na Rua da Junqueira. O seu barroquismo apresenta-se mais sóbrio que o de Nicolau Nasoni, então a trabalhar no Norte de Portugal. Introduziu em Lisboa e arredores (por exemplo o Palácio do Marquês de Pombal em Oeiras) os telhados de telha de canudo com beirais e fiadas de trapeira, que revelam origem alemã. De Carlos Mardel e de Eugénio dos Santos, dizia Manuel da Maia (Engenheiro-Mor do Reino), em 1756, que, “além de serem Engenheiros de profissão, são também na Arquitectura Civil os primeiros”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora, Lisboa (Freguesias de Arroios e do Areeiro, ex-Freguesias de São Jorge de Arroios e do Alto do Pina, respectivamente, Edital de 25-11-1929), Loures (Freguesia de São João da Talha), Moita (Freguesia de Alhos Vedros), Oeiras, Seixal (Freguesia de Fernão Ferro).

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (II Volume, I Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa; Biblioteca do Exército, Lisboa, 2005, Pág. 64 e 65)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 335).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

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